Geralmente aprendemos na escola que a distância mais curta entre dois pontos é uma linha reta. Isso parece suficientemente lógico e simples, até mesmo para estudantes primários. Infelizmente, no mundo das redes, este nem sempre é o caso.
Tradicionalmente, a Ethernet se baseia no protocolo STP de "spanning tree protocol" para ajudar a prevenir loops entre switches ou bridges (loops numa rede com switch consomem largura de banda) e garantir que exista somente uma trajetória ativa entre dois pontos. Embora isso ajude a manter o tráfego fluindo, nem sempre é a forma mais eficiente de ir do ponto A ao ponto B. Na verdade, as Ethernets com switches de hoje são tremendamente ineficientes, embora os bridges consigam minimizar erros de pacotes e colisões.
Então, o "shortest-path bridging" (SPB) se apresenta, amplamente visto como o herdeiro do STP mas com uma diferença fundamental: ao invés de ter somente uma trajetória ativa, o SPB permite que todas as trajetórias estejam ativas, aumentando a largura de banda e a redundância da rede ao permitir tráfego por todos os caminhos da rede. Além disso, o SPB diminui o risco dos administradores montarem uma rede incorretamente e causarem colisões entre pacotes e redução de velocidade. Também possibilita benefícios como economia de tempo e custo.
O Valor Real
O SPB parece ser uma boa atualização do STP. E é, mas também é muito mais. Recentemente, muita propaganda tem sido feita sobre o "software-defined networking" (SDN) e o SPB terá um papel muito importante nisso.
O SDN oferece às empresas controle mais simples e centralizado das suas redes. Com um painel de controle mestre, administradores de rede não precisam mais de acesso físico a dispositivos de hardware. Ao invés disso, podem configurar dispositivos virtualmente, de qualquer local. Provedores de serviço estão olhando atentamente o SDN, vendo-o como uma solução dinâmica para ajudar a lançar novos serviços.
O que torna o SPB tão atraente é que ele é um padrão IEEE. Isso significa que não há espaço para adivinhação no trabalho dos administradores de rede que têm utilizado Ethernet há muito tempo. Um bônus adicional: o SPB traz recursos para infra-estruturas Ethernet existentes, sem interrupções.
O SPB ainda pode ser considerado uma tecnologia emergente, mas as soluções reais estão lá fora, no mercado, incluindo o VENA Fabric Connect, uma versão estendida e melhorada do SPB que está integrada à mais recente geração da Avaya de switches e roteadores. De acordo com Paul Unbehagen, Arquiteto-chefe da Avaya Networking, o SPB é um salto evolutivo para o futuro. "Ele permite que você virtualize completamente a rede de transmissão e de encaminhamento em seu data center ou na nuvem privada", diz ele. Isso torna o layout físico da sua rede irrelevante, já que você pode desenvolver qualquer rede lógica sobre a estrutura. Esse recurso representa para as redes o que as máquinas virtuais representaram para os servidores.
Essencialmente, você tem os recursos plug-and-play que tornaram a Ethernet famosa mas, também possui um plus que permite implementações dinâmicas mais fáceis de gerenciar e manter. Em outras palavras, o SPB simplifica o gerenciamento de rede ao mesmo tempo em que oferece melhor desempenho e novos recursos.
E, em um desenvolvimento que certamente desperta um grande interesse em toda a indústria, há movimentos para unir o SPB ao OpenStack, um sistema operacional aberto e escalável para a criação de nuvens públicas e privadas. Unbehagen diz que grandes empresas estão interessadas em ambas as tecnologias porque oferecem flexibilidade e escalabilidade, preservando a simplicidade e familiaridade da Ethernet.
Ganhando Atração
No Interop Las Vegas, em maio, o SPB saltou do papel para uma implementação real quando a Avaya, Alcatel-Lucent, HP e Spirent realizaram o primeiro teste de interoperabilidade ao vivo, público, com vários fornecedores de tecnologia. A demonstração, que foi rodada no backbone da rede do evento, foi criada em apenas três dias por quatro engenheiros e, rodou nos outros cinco dias da conferência.
Durante a Interop, o teste produziu 160 gigabits por segundo de largura de banda para o evento e também forneceu conectividade durante as sessões de palestras, no momento da inscrição, em workshops e muito mais. Certamente a demonstração foi um enorme sucesso e provou que o SPB está pronto para o horário nobre. "A demonstração de interoperabilidade do SPB envolvendo vários grandes nomes do setor é uma prova verdadeira da natureza aberta e extensível da tecnologia subjacente", afirma Zeus Kerravala, fundador e Principal Analista da ZK Research.
Próximos passos do SPB: Obter mais suporte e buy-in do fornecedor para que essa tecnologia Ethernet de próxima geração possa ficar nas mãos de mais empresas que buscam escolhas nos mundos dos serviços de virtualização e nuvem. E o SPB é simplesmente a opção para seguir daqui para frente.
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