Por: Luke Stangel
Foto: Cindy Chew
Sobre Brett Shockley

Cargo: Vice-Presidente Sênior e Diretor de Tecnologia da Avaya

Experiência anterior: Shockley é co-fundador da Spanlink Communications, criada em 1988 com dois parceiros de negócios e USD $3.000. Em 1996, levou a empresa ao público na bolsa, e a transformou em uma empresa de capital privado com um investimento da Cisco em 2000. Ele se juntou a Avaya em 2008, primeiro como Vice-Presidente Sênior de Desenvolvimento Corporativo, Estratégia e Inovação e, posteriormente, como Vice-Presidente Sênior e Gerente Geral de Aplicações e Tecnologias Emergentes da Avaya. Em maio de 2013, assumiu o papel de Diretor de Tecnologia.

Educação: Shockley estudou na Universidade de Minnesota, em Twin Cities, onde foi bacharel em engenharia mecânica e fez um MBA em marketing.

Fora do trabalho: Shockley disfruta de atividades como monociclismo, malabarismo, mergulho, vela, escalada, ciclismo e motociclismo.

Você tem um esplêndido passado empreendedor. Conte-nos sobre a sua primeira empresa.

Um dia, quando eu estava no ensino médio, alugaram monociclos para uma aula de educação física na escola, os deixaram em um canto e nos disseram: "Aqui estão, aprendam a andar." Eu aprendi e quis um, mas nem o Natal e meu aniversário estavam próximos, então eu decidi que iria construí-lo. Meu pai gostava de corridas de carros, por isso ele tinha uma oficina com todas as ferramentas necessárias. Com peças tradicionais de bicicletas, construí meu primeiro monociclo com 1,83 metros. Depois construí um de 2,74 metros e, em seguida, um de 3,66 metros. Comecei a construí-los para outras pessoas, então o negócio era, na verdade, a fabricação e venda de monociclos e bicicletas personalizadas para artistas e amadores.

Comecei um clube quando tinha 14 anos que ainda hoje tem 250 membros: o Twin Cities Unicycle Club. Aos 16 anos, tornei-me o presidente da Unicycling Society of America (Sociedade Monociclismo da América) e participei de campeonatos nacionais.

As pessoas me olhavam montando esses monociclos enormes e se entretinham, mesmo eu sabendo muito ou nada sobre entretenimento. Começaram a me pedir para aparecer e apresentar-me em vários eventos, foi assim que descobri que enquanto estava na faculdade, poderia ganhar mais dinheiro em menos tempo me apresentando do que fabricando os monociclos. Participei de feiras, programas de televisão, comerciais e circos. Eu me apresentava em todo lugar e, cheguei a dirigir 50.000 milhas nos fins de semana, durante meu último ano de faculdade.

Quando eu tinha 17, estabeleci o recorde mundial de monociclo mais alto do mundo, que foi de 15,55 metros de altura (hoje é de 74,75 metros). Eu o construí, montei e vendi em apenas duas semanas.

Você co-fundou a Spanlink Communications, em 1988, a colocou na bolsa em 1996 e, em seguida, tornou-a uma empresa de capital privado em 2000 com um investimento da Cisco. Em 2008, você se juntou a Avaya sob o comando do CEO Kevin Kennedy, que você conhece desde seus primeiros trabalhos na AT&T. Fale sobre a sua jornada aqui na Avaya.

Quando eu vim para a Avaya, uma das primeiras áreas em que nos focamos foi como poderíamos acelerar o ritmo de inovação dentro da empresa, trabalhando com a equipe do Avaya Labs Research e com o grupo de Professional Services. Nós criamos a equipe de Produtos e Tecnologias Emergentes, e um dos principais impulsionadores foi replicar um pouco o que Kevin e eu tínhamos feito quando eu estava na Spanlink no início dos anos 90 e ele estava começando com o grupo Conversant IVR na Bell Labs.

Queríamos criar um grupo que pudesse produzir tecnologia das pesquisas, encontrar os primeiros clientes com perfil para testá-las, entregar a tecnologia para esses clientes e prová-la. Descobrir o que funcionava ou não no mercado, aprender que características as soluções necessitavam e então inserí-las nas unidades de negócios em escala global.

Em uma semana, fomos de zero a 12.000 usuários na Avaya após a aquisição da Radvision. Isso representa uma velocidade que ninguém esperaria.

O Avaya Labs Research e a equipe de Produtos Emergentes e Tecnologia têm feito alguns dos primeiros trabalhos em tecnologias líderes de mercado como o roteamento inteligente dos clientes, armazenagem contextual, soluções de vídeo e mobilidade nos contact centers e o primeiro trabalho com a Apple.

Você recentemente viajou para a Rússia a fim de visitar as obras de infraestrutura da Avaya para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Fale sobre o projeto e o porquê isso é tão importante para nós como empresa.

Em Sochi, estamos esperando, dentre outros, cerca de 55.000 atletas credenciados, treinadores, voluntários e dirigentes. Esperamos que cada um traga cerca de três dispositivos para o evento. Então teremos mais de 165 mil tablets, laptops e smartphones que teremos que registrar quando eles chegarem. Além disso, teremos que identificar quem são, proteger seus dispositivos e conceder-lhes o acesso aos serviços adequados.

É o máximo de BYOD. É como se uma empresa contratasse 55 mil pessoas de uma vez só.

Exatamente. São os Olímpicos do Traga seu Próprio Dispositivo (BYOD). Todos eles irão tirar fotos e fazer vídeos, irão utilizar aplicativos de redes sociais que consomem uma alta largura de banda, enviarão notícias e se comunicarão com colegas, treinadores e amigos. Eventos como as Olimpíadas nos ensinam coisas que são altamente relevantes também para entregarmos novas soluções para as empresas. Você aprende o que é preciso para escalar e aprende como fazê-lo rápido. Temos que demonstrar as nossas mais recentes tecnologias no cenário mundial.

Os Jogos Olímpicos não são muito comuns. Também realizamos os últimos Jogos Olímpicos de Inverno, no qual tivemos de construir tudo do zero. Atualmente estamos fazendo a mesma coisa em Sochi, com a vantagem de utilizar as mais recentes tecnologias e provar o que pode ser feito com elas.

Talvez a Avaya seja mais conhecida, pelo menos entre os consumidores, como a empresa que fabrica telefones de escritório. Como você responde a isso?

É ótimo que tenhamos telefones com a nosso logo em milhões de mesas. Eles representam uma experiência de comunicação de voz altamente confiável e de qualidade, a mais alta qualidade de voz do setor. Mas isso é só a base de tijolos da nossa casa, pois quando damos uma olhada para onde estamos indo, é muito mais do que isso. Nos últimos cinco anos, temos nos transformado de uma empresa de hardware, em que dois terços de nossa receita eram provenientes de hardware, para uma empresa de software e serviços, em que mais de dois terços de nossa receita é proveniente de software e serviços.

Se você der uma olhada no que a mobilidade está impulsionando, estamos entregando cinco soft clients para cada telefone de mesa que vendemos, por isso hoje temos muito mais a ver com o software e a experiência que você tem em seu tablet, smartphone e PC, do que com o telefone em si.

No entanto, ao mesmo tempo, o telefone fornece uma ponte importante para tudo isso. Muitas pessoas não percebem isso, mas no Avaya Aura® 6.2 Feature Pack 2 habilitamos pela primeira vez a possibilidade de ter até 10 aplicações ou dispositivos registrados com o mesmo número de telefone. Então, agora você pode ter todos os dispositivos: o telefone do escritório, o telefone de casa, o seu smartphone, tablet, Mac e PC executando aplicativos de colaboração da Avaya que funcionam em conjunto, permitindo que você se comunique utilizando qualquer um desses dispositivos.

Certamente, observamos a cada dia o que temos feito com o Avaya Scopia®. Em uma semana, fomos de zero a 12.000 usuários na Avaya após a aquisição da Radvision. Isso representa uma velocidade que ninguém esperaria. O Avaya Scopia® está realmente usando tecnologia de ponta para trazer o vídeo de alta definição e de baixo consumo de largura de banda para todos os usuários empresariais e em qualquer dispositivo.

Se fizermos isso bem, trata-se de criar experiências de colaboração realmente eficazes e poderosas, tanto dentro das empresas, como com os seus clientes, com uma tecnologia tão simples de implementar e usar que fazem dessa experiência algo natural.

Luke Stangel é um editor da Avaya. Anteriormente, Lucas trabalhou como escritor e editor em dois jornais de circulação diária, em uma estação de rádio de notícias e em uma revista de negócios focada em tecnologia. Ele deixou o jornalismo brevemente para lançar uma startup chamada Tackable.